15 de maio de 2010

44ª Jornada Mundial dos meios de comunicação

“ O Senhor vos torne apaixonados anunciadores da Boa Nova na «ágora» moderna criada pelos meios actuais de comunicação.”



Estas palavras podem ser consideradas a sintese da mensagem que o Papa Bento XVI dirige aos cristãos e as pessoas de boa vontade por ocasião da quadragésima quarta jornada mundial das Comunicações Sociais cujo tema é: «O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra».

Bento XVI, lembra aos padres, como este ano sacerdotal que se concluirá em 19 de junho em Roma, traz à tona uma reflexão sobre um âmbito vasto e delicado da pastoral qual é a comunicação e o mundo digital. Um mundo que, oferece ao sacerdote novas possibilidades parea exercer o seu serviço à Palavra e da Palavra, por isso, os meios modernos de comunicação fazem parte, desde há muito tempo, dos instrumentos ordinários através dos quais as comunidades eclesiais se exprimem, entrando em contacto com o seu próprio território e estabelecendo, muito frequentemente, formas de diálogo mais abrangentes, mas a sua recente e incisiva difusão e a sua notável influência tornam cada vez mais importante e útil o seu uso no ministério sacerdotal. Hoje, continua o Papa, eles tornaram-se um instrumento útil as vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas para dar respostas adequadas às questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil. Porém a sua difusão aumenta a responsabilidade do anúncio e coloca o sacerdote no limiar de uma “história nova”, porque quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais será chamado o sacerdote a ocupar-se disso pastoralmente, multiplicando o seu empenho em colocar os media ao serviço da Palavra. Isso significa que não se pode considerar a internet como um “marcar presença” ou um espaço a ser ocupado, aos presbíteros é pedida a capacidade de estarem presentes no mundo digital em constante fidelidade à mensagem evangélica, para desempenharem o próprio papel de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais frequentemente através das muitas «vozes» que surgem do mundo digital, e anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis inclusive para a evangelização e a catequese.



O difirencial que Bento XVI pede aos sacerdotes e à vida consagrada é que no mundo digital mais de que aprimorar a técnica adquiram uma sólida preparação teológica e uma forte espiritualidade, ferramenta necessária para comunicar a vida da Igreja e ajudar as pessoas a descobrirem o rosto de Cristo fazendo trasparecer o seu coração de consagrado e consagrada toda uma “rede” que abra a estrada para novos encontros, assegurando sempre a qualidade do contacto humano e a atenção às pessoas e às suas verdadeiras necessidades espirituais; oferecendo, às pessoas que vivem nesta nossa era «digital», os sinais necessários para reconhecerem o Senhor; dando-lhes a oportunidade de se educarem para a expectativa e a esperança, abeirando-se da Palavra de Deus que salva e favorece o desenvolvimento humano integral.



A Palavra poderá assim fazer-se ao largo no meio das numerosas encruzilhadas criadas pelo denso emaranhado das auto-estradas que sulcam o ciberespaço e afirmar o direito de cidadania de Deus em todas as épocas, a fim de que, através das novas formas de comunicação, Ele possa passar pelas ruas das cidades e deter-se no limiar das casas e dos corações, fazendo ouvir de novo a sua voz: «Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20). Do mesmo modo que o profeta Isaías chegou a imaginar uma casa de oração para todos os povos (cf. Is 56,7), não se poderá porventura prever que a internet possa dar espaço – como o «pátio dos gentios» do Templo de Jerusalém – também àqueles para quem Deus é ainda um desconhecido?



Padre Gianfranco Graziola

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