29 de dezembro de 2013

ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA DE PAPA FRANCISCO


Jesus, Maria e José,

em Vós, contemplamos o esplendor do verdadeiro amor,


a Vós com confiança, nos dirigimos.



Sagrada Família de Nazaré, 

tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e


cenáculos de oração,  escolas autênticas do Evangelho e


pequenas Igrejas domésticas.



Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais se faça nas 

famílias, experiência de violência, egoísmo e divisão: 

quem ficou ferido ou escandalizado depressa conheça 

consolação e cura.


Sagrada Família de Nazaré, que o próximo Sínodo dos 

Bispos possa despertar, em todos, a consciência do 

carácter sagrado e inviolável da família, a sua beleza no

projeto de Deus.

Jesus, Maria e José, escutai, atendei  a nossa súplica. 



FRANCISCUS



25 de dezembro de 2013

REABERTURA DA IGREJA DA PARÓQUIA DA CONSOLATA

No passado domingo 22 de dezembro de 2013, Dom Roque Paloschi, Bispo de Roraima presidiu a solene concelebração na qual reinaugurou a igreja da Paróquia da Consolata com a consagração do novo altar. Concelebraram e estiveram presentes o Pe. Mario Castro, atual pároco da paróquia da Consolata, Pe. Sergio Weber, Superior Regional dos Missionários da Consolata da Região Amazônia, Pe. Vantuy Neto, paróco da Catedral e da Igreja Matriz, Pe. Paulo Mota, Responsável pela Área Missionária São Raimundo Nonato, Pe. Mauro Maia, Área Missionária São Raimundo Nonato, Pe.Revislande Araújo, pároco de São Francisco. Após a saudação inicial houve a lembrança do batismo com a benção da água e aspersão. 
Após a oração foi proclama a Palavra de Deus do quarto domingo do Advento. Antes  de começar sua homilia convidou a artista que escreveu a ícone do Cristo para que ela nos explicasse a linguagem icnonografica das cores, e quanto mais. Em sua intervenção ela explicou como antes de qualquer obra de arte iconografica exista uma inspiraçao do Espírito Santo e por isso muita oração. Em seguida falou do uso das cores e seu significado neste trabalho do Cristo que a partir de hoje acolhe quem entre na igreja da Consolata. 

No altar renovado, além de alguns elementos locais,como mel, castanha, manga, foi colocada a reliquia do Beato José Allamano, Fundador dos Missionários e Missionárais da Consolata. 






21 de dezembro de 2013

Encontro dasReligiosas e dos Religiosos

Nos primeiros dias da dezembro ocorreu na Prelazia o  segundo Encontro Anula  da CRB. Ao longo de quase dois dias houve momentos de formação, de reflexão,de oração e de partilha. 





Animaram e participaram do nosso encontro a Coordenação do Regional do Amazonas da CRB

Além de renovar a coordenação do Núclo de Roraima, foi constituído um grupo de trabalho que com outras entidades e em comunhão com a Diocese trabalhará a campanha "Um grito pela vida " lançada no passado15 de novembro em Brasília. Tudo isso em concomitancia com a CF 2014  dedicada ao trabalho escravo e trafico de seres humanos. No encontro não vemos mais algumas caras transferidas ou chamadas a serviços de coordinamento nas proprias famílias 
religiosas .  Mas acolhemos novos missionários e missionárias que chegaram à nossa Igreja local ou para o Regional da Amazônia. Boa missão entre nós,obrigado por sua presença.
Depois da conslusão dos trabalhos a nova coordenação se reuniu para planejar as datas e respectivas atividades no decorrer do tempo: dois encontros anuais, retiro e participação dos eventos da coordenação alargada. O Espírito do Deus conosco seja fonte de renovação profetica de nossa vida. 

 







3 de dezembro de 2013

Assembleia Regional da Comissão Pastoral da Terra - CPT


A Comissão Pastoral da Terra - CPT viveu no começo de novembro sua assembleia regional na casa dos Missionários da Consolata em Calungá - Boa Vista - RR. Foi momento de avaliação e de perceber que a pequena semente que é esta presença da Igreja no meio campônes precisa ser incentivado. Formação, trabalho de cosceintização e fortalecimento das lideranças para defender a agricultura familiar das grandes ameaças do latifundio e do agronegocio. A semente está lançada. Mãos á obra! 















21 de novembro de 2013

DIOCESE DE RORAIMA
Rua Bento Brasil, 613 Centro
69.301-050 – Boa Vista-RR
Fone/Fax: (95) 3224-3741
          

CONVITE

Queridos Padres, Irmãos, Irmãs, coordenadores/as das pastorais e dos Movimentos  Diocesano.
Na alegria da festa da dedicação da nossa Igreja Mãe, Igreja de Latrão, sinal de amor e unidade com a Cátedra de São Pedro, como escrevia Santo Inácio de Antioquia: o Papa “Preside a assembléia universal da caridade”, convidamos  a participar ao CONSELHO DIOCESANO DE EVANGELIZAÇÂO, que acontecerá sábado 23 de novembro a partir de 08h00min terminando possivelmente  as 16h00min.
Lugar de encontro será a Prelazia.
Dialogando com Dom Roque e a equipe de pastoral diocesana, para favorecer a participação e  conseguir melhorar a articulação  Diocesana, tendo em vista a presença de um  maior  numero de leigos/as,  levando em  conta as grandes distancias existente na nossa Diocese, concordamos alguns critérios de participação:
1. Todos os Coordenadores/as das pastorais diocesanas;
2. Interior do Estado: duas pessoas cada Paróquia e Área Missionária;
3. Cidade de Boa Vista: sendo o numero maior de habitantes, participarão de três pessoas para cada Paróquia e Área Missionária;
4. Comunidades  religiosas: uma pessoa representará a própria comunidade.
5. Favorecer a participação das mesmas pessoas do CDE, para dar continuidade ao serviço pastoral  contribuindo à comunhão  e a participação da caminhada da nossa família maior, a Igreja  de Roraima
Pedimos também que as Paróquias e áreas missionárias preparem em maneira dinâmica, algo de importante da própria caminhada e avisos e datas  que interessam a todos/as;  o tempo a disposição é cinco minutos cada.
Agradecemos  pela atenção, aguardando  as suas presenças, “regamos a nossa caminhada com a oração”. Saudação fraterna.

Equipe de animação pastoral diocesana
Boa Vista 09 de Novembro 2013



Lembramos que...


Hoje é festa da Apresentação de Nossa Senhora.... Lembramos que sábado 23 de novembro das 8 às 17 horas na Prelazia teremos o Conselho Diocesano de Evangelização.
Devem participar nele os coordenadores de pastoral, das áreas e dois representantes do interior e três da Cidade.
Ficamos à vossa espera!


CARTA DO PRIMEIRO ENCONTRO DA IGREJA CATÓLICA NA AMAZÔNIA LEGAL

“Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho,
quando nos explicava as Escrituras!”(Lc 24,32)

Irmãs e irmãos,

Reunidos no Primeiro Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, em Manaus, entre os dias 28 e 31 de outubro de 2013, nós, bispos, presbíteros, religiosas e religiosos, agentes de pastoral leigas e leigos, queremos partilhar com vocês as reflexões e análises sobre a situação atual da nossa região e as respostas que, como pastores, pretendemos dar aos desafios de nossos tempos. Agradecemos a Deus pelas maravilhas que operou entre nós e nossos irmãos e irmãs que, por um compromisso profético, testemunharam sua fé, muitas vezes até às últimas consequências (cf. Jo 13,1), dispostos a “dar não somente o Evangelho, mas até a própria vida” (1 Tes 2,8). Ao nos prepararmos para celebrar os 400 anos do início da evangelização na Amazônia, assumimos a missão que o Senhor nos propõe, de sermos suas testemunhas, discípulas/os, missionárias/os de sua Palavra, pois a Igreja é “enviada por Cristo a manifestar e a comunicar o amor de Deus a todos os homens e mulheres e a todos os povos” (AG 10).


“CRISTO APONTA PARA A AMAZÔNIA” (Papa Paulo VI): memória da caminhada.

Mesmo antes da criação da Amazônia Legal em 1953, a Igreja católica na Amazônia se reunia através dos seus bispos para posicionar-se pastoralmente diante dos problemas sofridos pelos povos desta região e enfrentar os grandes desafios que se anunciavam, pelas intervenções políticas e econômicas.

“Se o governo vai tentar o soerguimento econômico destas regiões,
é urgente que um largo surto espiritual se antecipe aos progressos materiais, e os acompanhe, e os envolva, dando-lhes rumo seguro e feliz”. (1º Encontro inter-regional dos Bispos da Amazônia, Manaus 2 a 6 de julho de 1952, Documento final).

Apesar de não ter todas as condições necessárias, seja pela precariedade de instalações e meios, seja pela falta de pessoal qualificado para enfrentar os novos problemas, a Igreja amazônica nunca desanimou de sua missão. Sempre contou com missionárias e missionários vindos de outras regiões do Brasil e do mundo que, vivendo a mística do amor e do serviço, deram tudo de si para que povos da Amazônia não só recebessem uma orientação adequada para sua vivência de fé, mas tivessem respeitados seus direitos, sua dignidade e plena cidadania, suas tradições e culturas.

“...em nossas prelazias e dioceses existem sinais de alegria e esperança, próprias de uma Igreja que, mesmo tendo muitas dificuldades,está viva e responde com coragem aos desafios que se lhe apresentam”
(Discípulos missionários na Amazônia, Manaus, 11 a 13 de setembro de 2007).

Ao longo de seis décadas, desde o primeiro encontro dos bispos em Manaus, a Igreja tem demonstrado sua vitalidade e posicionamento profético e solidário. Em Santarém 1972, decidiu basear sua ação pastoral e evangelizadora em duas diretrizes: (1) a Encarnação na realidade, pelo conhecimento e pela convivência, na simplicidade, e (2) a Evangelização Libertadora. Armou sua tenda no meio do povo de tal modo que apareceu um rosto eclesial bem amazônico na diversidade sociocultural, na defesa do lar que Deus criou para toda a humanidade e na promoção da Vida em todas as suas dimensões, sobretudo quando é ameaçada pelos impactos causados por um equivocado conceito de progresso que confunde desenvolvimento com crescimento meramente econômico, multiplicação de riqueza material, incremento do PIB, expansão do agronegócio, aumento de produção de biocombustíveis, descuidando-se, porém de políticas públicas e deixando de promover a justiça e o bem-estar de todos e para todos.

A Igreja na Amazônia adotou e incorporou as novas orientações eclesiológicas e pastorais vindas do Concílio Vaticano II, de Medellín e Puebla, Santo Domingo e Aparecida e buscou evangelizar a partir de uma visão mais ampla e profunda da vida e da realidade amazônicas. Assumiu a mística e espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo, uma pastoral e uma missionariedade dentro da realidade local. Centenas de milhares de irmãs e irmãos leigos, religiosas e religiosos, presbíteros e bispos embrenharam-se nas matas, navegaram rio abaixo, rio acima, viajaram pelas estradas desse mundo desigual, levando a Palavra de Deus, fundando e organizando as comunidades eclesiais, vivas e participativas, proféticas e missionárias, numa grande rede de solidariedade que as fez enfrentar as precariedades existenciais, manter viva a chama de sua fé e sua esperança, e valorizar sobretudo sua religiosidade popular expressada nas festas religiosas, em novenas e procissões.

“E porque progredimos na compreensão de sermos uma Igreja no mundo, amando o mundo amazônico, temos a certeza que estamos dando à sociedade amazônica nossa contribuição histórica de alta qualidade para o resgate das dívidas sociais tão pesadas neste Norte do Brasil”
(A Igreja arma sua tenda na Amazônia, Manaus, 9 a 18 de setembro de 1997).

Esta ação evangelizadora favoreceu o crescimento de uma Igreja mais local, ministerial, laical e missionária. Ao celebrar os 40 anos desde o Documento de Santarém, a Igreja na Amazônia manifesta a continuidade de sua caminhada como discípula missionária do Reino e enfrenta corajosamente velhos e novos desafios:

“Diante dos desafios sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e eclesiais da realidade amazônica, decidimos fortalecer o compromisso profético de transformação e reafirmar o projeto de formação inspirado na espiritualidade do seguimento de Jesus, que convoca a Igreja para uma profunda conversão pastoral”
(DAp, 170-175; 360-365, citado em “Conclusões de Santarém: memória e compromisso, 2012”).

As palavras do Papa Francisco aos Bispos do Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude dão-nos novo impulso para refletirmos sobre a realidade política e religiosa da Amazônia Legal e promover e defender a vida dos habitantes dessa região e de sua rica biodiversidade. Cala fundo em nosso coração a expressão do Papa Francisco de que a Amazônia é “teste decisivo, banco de prova para a Igreja e a sociedade brasileiras” (Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013). Essas palavras incentivam-nos a retomar as intuições de Santarém 1972 e Manaus 1974 e dar-nos conta da atualidade das prioridades de então: formação de agentes de pastoral – comunidades cristãs de base – pastoral indígena – grandes projetos – juventude.


PRIMEIRO ENCONTRO DA IGREJA CATÓLICA NA AMAZÔNIA

“A Igreja está na Amazônia, não como aqueles que têm as malas na mão, para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos e lá continua presente e determinante no futuro daquela área”
(Papa Francisco aos Bispos do Brasil, Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013).

Conscientes de que falta muito a ser realizado em nossa missão evangelizadora, conforme nos pede o Senhor da História (cf. Col 1,13 – 20), novamente nos encontramos em Manaus, desta vez com a participação de todos os regionais da CNBB que integram a Amazônia Legal (Norte I, II e III, Noroeste, Nordeste 5 e Oeste II). Sabemos que temos um mesmo caminho a palmilhar. Lembramo-nos de que Jesus mesmo é o Caminho (Jo 14,6). Jesus caminha conosco como o fez com os discípulos de Emaús que exclamaram: “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras!” (Lc 24,32). E não foi adiante, mas “entrou para ficar” (Lc 24,29). Jesus está na Amazônia para ficar. E o reconhecemos ao partir o pão.

Neste caminho comum damo-nos conta de que são comuns os problemas e desafios que nos interpelam. Confiando em Jesus, presente no meio de nós, queremos formar uma ampla rede integradora de nossas ações pastorais e evangelizadoras e convocar os irmãos e as irmãs a empenharem-se em favor de um mundo justo, fraterno e solidário. Queremos convocar também mulheres, e homens que não professam a nossa fé ou se afastaram de nossa Igreja a irmanarem-se conosco na defesa da dignidade e dos direitos dos povos da Amazônia e da criação que Deus em sua bondade e imenso amor confiou ao seu zelo e seus cuidados (cf. Gn 1,18).

Refletimos nestes dias sobre problemas que continuam a atingir e causar danos e ameaças à vida e à existência de pessoas e povos e ao meio ambiente na Amazônia. Ajudados por estudiosos e especialistas e ouvindo pessoas que sentem na pele os dramas causados por políticas de dominação em total desrespeito aos legítimos anseios e necessidades dos povos desta região:
  • analisamos e discutimos a realidade urbana e a mobilidade humana que tantos sofrimentos têm causado aos povos amazônidas como o desenraizamento da terra e a perda do patrimônio cultural e religioso próprio e comum aos povos tradicionais e dos que vêm de outras regiões;
  • verificamos um acentuado crescimento das igrejas evangélicas e dos sem-religião também na Amazônia, como consequência da precária presença de nossa Igreja nos movimentos migratórios;
  • fomos informados a respeito dos grandes projetos implementados na região, de modo especial as hidrelétricas, que representam uma nova invasão do capital visando explorar as nossas riquezas naturais e aproveitar o potencial energético de nossos rios, sem olhar para os prejuízos que causam ao meio-ambiente com sua imensa biodiversidade e a destruição da vida e da história de muitos povos tradicionais;
  • o desmatamento contínuo e novamente crescente das florestas amazônicas nos assusta pelos prejuízos incomensuráveis e pela ameaça ao equilíbrio ecológico do planeta;
  • frente ao desmatamento, à concentração da terra e às monoculturas percebemos a urgência da realização da Reforma Agrária e Agrícola;
  • constatamos o crime impune da prática do trabalho escravo que ocorre nas empresas do agronegócio e nas áreas de mineração;
  • ficamos horrorizados ante o criminoso tráfico de pessoas e drogas, sustentado pela ganância, miséria e impunidade, e o assassinato de jovens;
  • ouvimos ainda os relatos de um representante dos povos indígenas e de um quilombola que nos falaram de suas organizações, lutas e conquistas e nos alertaram para os graves riscos de perderem, através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 215), direitos conquistados em relação à demarcação e garantia de seus territórios, asseguradas nos Art. 231 e 232 da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988; lembramos ainda que o Art. 68 das Disposições Transitórias da Constituição Federal reconhece aos remanescentes dos quilombos a propriedade definitiva de suas terras, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.

Enfim, constatamos que o domínio de um sistema único de mercado, o individualismo típico da cultura/sociedade de hoje e a violência urbana destroem os laços e as relações tradicionais: a família, a natureza, o mundo dos povos indígenas, dos caboclos, seringueiros, agricultores, ribeirinhos. Tudo é desagregado e desestruturado e essa realidade provoca a crise da esperança, pois rouba os sonhos, as aspirações, desorganiza as lutas, abre espaços para messianismos políticos e religiosos ou para um milenarismo alienante e vazio de sentido.

Esses problemas atingem também os fiéis em suas necessidades subjetivas: sua busca de Deus e sua noção de vinculação com a Igreja. Está na hora de valorizarmos a religiosidade do povo e ampliarmos o diálogo ecumênico e inter-religioso.


COMPROMISSOS

Os enormes desafios apresentados nos relatos e testemunhos nos interpelam como Igreja na Amazônia Legal a assumir compromissos pastorais que devem nortear a caminhada de nossa Igreja no presente e no futuro:

Reafirmamos nossa identidade de ser Igreja discípula da Palavra, testemunha do dialogo, servidora e defensora da vida, irmã da criação, missionária e ministerial, que assume a vida do povo, que se articula na paróquia como rede de comunidades e nas comunidades eclesiais de base (cf. Conclusões de Santarém: memória e compromisso, 2012, p. 19).

Causa-nos uma profunda dor ver milhares de nossas comunidades excluídas da eucaristia dominical. A maioria delas só tem a graça de celebrar o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor uma, duas ou três vezes ao ano. O Senhor, na véspera de sua morte, não deu um bom conselho, mas um mandato explícito: “Fazei isto em minha memória” (1 Cor 11,24; Lc 22,19). O Decreto “Presbyterorum Ordinis” do Concílio Vaticano II declara que a Eucaristia é fonte e, ao mesmo tempo, ápice de toda a Evangelização (cf. PO 5). “Nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da santíssima Eucaristia, a partir da qual, portanto, deve começar toda a educação do espírito comunitário” (PO 6). Também a Constituição Dogmática “Lumen Gentium” fala da Eucaristia como “fonte” e “ponto culminante de todas a vida cristã” (LG 11). Torna-se urgentemente necessário criar estruturas em nossa Igreja para que os 70% de comunidades, que hoje estão excluídos da celebração eucarística dominical, possam participar da “fração do pão” (At 1,42), do “sacramento da piedade, sinal de unidade, vínculo da caridade, banquete pascal” (SC 47). 

A cultura urbana transforma profundamente a compreensão do papel dos leigos e da mulher na Igreja. Na sociedade civil, eles vivenciam processos de empoderamento social quando se exercitam na construção de uma sociedade que preserve os direitos sociais e coletivos. Práticas  e relações cotidianas exigem hoje, no interior das pastorais, modelos eclesiais assentados em relações recíprocas, mais do que no complemento, no diálogo horizontal em lugar de imposições verticais, na profunda experiência de serviço em lugar das lutas pelo poder.

O protagonismo dos leigos é insubstituível e imprescindível, na ação transformadora da realidade em que vivem, marcada pela exclusão e pela violência. O campo específico da missão dos leigos/as é o das realidades em que vivem e trabalham. É o mundo da família, do trabalho, da cultura, da política, do lazer, da arte, da comunicação, da universidade. É nos diversos níveis e instituições, nos Conselhos de Direitos, em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar a convivência pacífica, no fortalecimento da sociedade civil e do controle social. É na formação de pensadores e pessoas que estejam, nos níveis de decisão, evangelizando com especial atenção e empenho (cf. EN 70).

A corresponsabilidade e participação de leigas e leigos, como sujeitos com vez e voz, deve acontecer na elaboração e execução dos planejamentos pastorais, nos centros de discussão e decisão das Igrejas Particulares.

“Urge formar ministérios adequados às necessidades das comunidades, especialmente do Ministério do Pastoreio de comunidades, exercido por leigas e leigos que sejam servas e servos do povo, abertos ao diálogo e ao trabalho em equipe, e que, devidamente preparados, assumam em nome da Igreja a direção pastoral de uma comunidade” (A Igreja arma sua tenda na Amazônia, Manaus, 9 a 18 de setembro de 1997, n. 47).

Almejamos investir na formação de presbíteros e de irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e saibam trabalhar em equipe com os/as leigos/as, evitando centralismo, clericalização e autoritarismo.

Comprometemo-nos em a dar visibilidade ao tráfico de pessoas para enfrentar esses crimes hediondos contra a liberdade e dignidade da pessoa humana. Apostamos na Campanha da Fraternidade de 2014 que tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.

Precisamos dar mais ênfase aos meios de comunicação, pois sabemos da sua importância para a Evangelização.

Conscientes de que a problemática da Amazônia é global, queremos abrir-nos a uma visão panamazônica que nos convoca a buscar caminhos de colaboração e compromisso entre as Igrejas na América Latina.

Queremos dar atenção especial aos jovens, através do apoio e incentivo à Pastoral da Juventude, estimulando as dioceses e congregações religiosas a liberarem presbíteros e religiosas para acompanhar os jovens, para que sejam oferecidos cursos de formação de assessores, preparando-os para este serviço à juventude na Amazônia.


UMA IGREJA COM ROSTO AMAZÔNICO

A Igreja Católica na Amazônia Legal vive e cresce com características próprias, enraizadas na sabedoria tradicional e na religiosidade popular que durante séculos alimentou e continua a manter viva a espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e agora, do mundo urbano. Enfrenta com alegria as dificuldades das distâncias e da falta de comunicação para encontrar e oferecer ao rebanho, confiado a nós pelo Senhor da messe, a luz da Palavra de Deus e a Eucaristia como alimentos que revigoram e animam as forças para viver a comunhão com Deus e cuidar da Amazônia como chão da partilha, pátria solidária, “morada de povos irmãos e casa dos pobres” (DAp 8).

A carinhosa devoção a Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia, nos leve a cumprir o que ela nos pede: “Fazei o que Ele vos disser!” (Jo 2,5).

Estimados irmãos e irmãs,

paz e bem!

Acabo de receber a comunicação da irmã Lina - superiora regional das irmãs Missionárias da Consolata, que há poucas horas faleceu na Itália a Irmã Rosa Claudia.
Convido a todos(as) a rezarmos pelo eterno descanso por ela que gastou a sua vida aqui entre nós vivendo a missão em tantas frentes.
Convido a louvarmos e agradecermos aos bom Deus pelo presente que recebemos e todo o bem que a irmãs Rosa Claudia semeou ao longo dos anos.
Em agosto estive com ela, sua mamãe tem idade avançada.
É bom registrar que desde a minha chegada aqui em Roraima ela sempre se empenho na sustentação dos nossos seminaristas.
Por tudo Deus seja louvado.
Mais detalhes passarei amanhã estou retornando de Brasília.
Que a nossa irmãs Rosa Claudia seja acolhida pelos anjos e santos na casa do Pai.


ANÚNCIO FALECIMENTO




   
La Superiora Generale delle Suore Missionarie della Consolata

Comunica che la cara Sorella

Suor  ROSA CLAUDIA MIGLIORE    Anna Maria

Da  CARAGLIO  -  CN  -  ITALIA

È stata chiamata alla Casa del Padre

Il giorno 21 Novembre 2013

a  Venaria  - TO Italia

All’età di 69 anni, di cui 46 di professione religiosa


In spirito di fraterna comunione imploriamo per lei dalla misericordia di Dio la beatitudine eterna

 A Superiora Geral das Missionárias da Consolata 

Comunica que a querida Irmã

ROSA CLAUDIA MIGLIORE    Anna Maria

De  CARAGLIO  -  CN  -  ITALIA

Foi chamada para a casa do Pai 

hoje  21 Novembre 2013

a  Venaria  - TO Italia

Com  69 anos de idade, e 46 di profissão religiosa.

Em espirito de fraterna comunhão imploramos para ela a misericórdia de Deus e a bem a venturança eterna. 




5 de outubro de 2013

ASSIS... NÃO UM MITO, MAS UMA EXPERIÊNCIA, OPÇÃO DE VIDA...


«Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos» (Mt 11, 25).
«ser cristão é uma relação vital com a Pessoa de Jesus, é revestir-se d’Ele, é assimilação a Ele.»

De onde começa o caminho de Francisco para Cristo? Começa do olhar de Jesus na cruz. Deixar-se olhar por Ele no momento em que dá a vida por nós e nos atrai para Ele. Francisco fez esta experiência, de um modo particular, na pequena igreja de São Damião, rezando diante do crucifixo, que poderei também eu venerar hoje.

Quem se deixa olhar por Jesus crucificado fica recriado, torna-se uma «nova criatura».


Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a permanecer diante do Crucifixo, a deixar-nos olhar por Ele, a deixar-nos perdoar, recriar pelo seu amor.


 quem segue a Cristo, recebe a verdadeira paz, a paz que só Ele, e não o mundo, nos pode dar.


Qual é a paz que Francisco acolheu e viveu, e que nos transmite? A paz de Cristo, que passou através do maior amor, o da Cruz. É a paz que Jesus Ressuscitado deu aos discípulos, quando apareceu no meio deles e disse: «A paz esteja convosco!»; e disse-o, mostrando as mãos chagadas e o peito trespassado (cf. Jo 20,)

A paz franciscana não é um sentimento piegas. Por favor, este São Francisco não existe! E também não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmos... Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns se formaram. A paz de São Francisco é a de Cristo, e encontra-a quem «toma sobre si» o seu «jugo», isto é, o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34; 15, 12). 



13 de setembro de 2013

A carta de Francisco e a coragem aberta à cultura moderna. Artigo de Eugenio Scalfari


O fundador do jornal La RepubblicaEugenio Scalfari, responde à missiva do pontífice sobre a relação entre fé e razão: "Palavras que fazem refletir, uma visão nunca ouvida da cátedra de São Pedro". "Ele está tentando fazer prevalecer a Igreja missionária sobre a institucional, mas dificilmente haverá um Francisco II"

carta do Papa Francisco por nós publicada nessa quarta-feira suscitou em mim, no nosso diretor, Ezio Mauro, e em todos os colegas uma grande emoção. Penso que todos aqueles que a leram tiveram a mesma emoção.
Eu não falo daquilo que, no nosso jargão, chamamos de "furo". Os furos alimentam as fofocas, não o pensamento, e aqui, lendo as palavras do papa, o nosso pensamento é chamado e estimulado a refletir diante da concepção totalmente original que o Papa Francisco expressa sobre o tema "fé e razão", um dos pilares da arquitetura espiritual, religiosa e teológica da Igreja. Mas não só da Igreja: a cultura moderna do Ocidente nasce exatamente desse tema, e o Papa Francisco lembra isso na sua carta, quando escreve:
"A fé cristã, cuja (…) incidência sobre a vida do ser humano, desde o início, foi expressada precisamente através do símbolo da luz, foi muitas vezes rotulada como a escuridão da superstição (...). Assim, entre a Igreja (...), de um lado, e a cultura moderna (...), de outro, chegou-se à incomunicabilidade. Chegou agora o tempo, e o Vaticano II inaugurou justamente a sua época, de um diálogo (…) sem preconceitos que reabra as portas para um sério e fecundo encontro."
Essas palavras são ao mesmo tempo uma ruptura e uma abertura; ruptura com uma tradição do passado, já efetuada pelo Vaticano II desejado pelo Papa João XXIII, mas depois ignorada, senão até combatida, pelos dois pontífice que antecedem o atual; e abertura a um diálogo sem mais barreiras.
Toda a carta do Papa Francisco gira em torno dessa premissa, mas há uma frase nas palavras do papa acima citadas que merece, a meu ver, uma atenção particular: "A fé cristã (…) foi expressada precisamente através do símbolo da luz".
É preciso voltar ao "incipit" do Evangelho de João para encontrar esse símbolo, onde o evangelista escreve:
"No princípio era o Verbo, 
e o Verbo estava junto de Deus 
e o Verbo era Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, 
e sem ele nada foi feito do que existe.
Nele havia a vida, 
e a vida era a luz dos homens.
A luz resplandece entre as trevas, 
mas as trevas não a receberam."
Aqui, nesses últimos três versos poéticos e proféticos, assim como tudo no quarto Evangelho, nasce a visão cristã do bem e do mal: a vida era a luz dos homens, mas as trevas não a receberam. O Papa Francisco desenvolve essa visão da contraposição entre luz e trevas, entre bem e mal, de modo muito original. Em um ponto da sua carta, ele escreve: "Para quem não crê em Deus [a questão do bem e do mal] está em obedecer à própria consciência. O pecado, mesmo para quem não tem fé, existe quando se vai contra a consciência. Ouvir e obedecer a ela significa, de fato, decidir-se diante do que é percebido como bem ou como mal. E nessa decisão está em jogo a bondade ou a maldade do nosso agir".
Uma abertura para a cultura moderna e laica dessa amplitude, uma visão tão profunda entre a consciência e a sua autonomia, nunca tinha sido sentida da cátedra de São Pedro. Nem o Papa João XXIII tinha chegado a tanto, nem as conclusões do Concílio Vaticano II, que tinham desejado o início do percurso ao pontífices que viriam depois e aos Sínodos que eles convocariam. O Papa Francisco fez essa passagem, e eu a sinto ecoar profundamente na minha consciência. Lembro com grande afeto que eu ouvi a visão análoga nas minhas conversas com o cardeal Carlo Maria Martini, que não por acaso era amigo do cardeal Bergoglio. Mas Martini não era papa quando dizia essas coisas.Bergoglio agora o é.
Há outro aspecto muito importante – este sim – político, quando o papa escreve sobre a distinção entre a esfera religiosa e a política ("Dai a César"):
"À sociedade civil e política cabe a tarefa árdua de articular e encarnar na justiça e na solidariedade, no direito e na paz, uma vida cada vez mais humana. (…) Isso não significa fuga do mundo ou busca de qualquer hegemonia, mas sim serviço ao ser humano, a todo o ser humano e a todos os seres humanos, a partir das periferias da história e mantendo desperto o senso da esperança."
A visão da autonomia da política parece-me escapar ao papa, e é compreensível que seja assim. Alguém como ele não pode conceber a política exceto no quadro de um serviço aos cidadãos. Essa opinião é perfeitamente compartilhável, mas não pode excluir a hegemonia. Em um regime de liberdade e de democracia, convivem diversas visões do bem comum, que se confrontam e se chocam entre si. Quem obtém a maioria dos consensos e, portanto, a hegemonia busca realizar a sua visão do bem comum. Continua sendo ou deveria continuar sendo um serviço, que, porém, passa pela conquista do poder.
O Papa Francisco sabe disso, e a Igreja Católica, de fato, experimentou isso fazendo do poder temporal um dos pilares da sua história. Se queremos voltar a um dos exemplos mais importantes, lembremos a luta pelas investiduras que culminou no confronto entre Hildebrando de SoanaGregório VII e Henrique, imperador daAlemanha, atingido pela excomunhão e forçado a se ajoelhar vestido de mendicante aos pés do papa no castelo deCanossa. Contam as histórias que, quando Henrique teve que beijar os pés do papa em sinal de submissão, ele disse: "Non tibi sed Petro", e Gregório lhe respondeu: "Et mihi et Petro".
Depois vieram as Cruzadas e toda a história da Igreja como instituição de poder e de guerra. Assim durou até 1870, mas mesmo depois a temporalidade católica continuou sob outras formas que, especialmente na Itália, mas não só, conhecemos bem. A pastoralidade, a Igreja pregadora e missionária sempre houve, e Francisco de Assisrepresentou a mais fúlgida mas não certamente a única manifestação. No entanto, ela quase nunca teve a prevalência sobre a Igreja institucional.

Papa Francisco interrompeu e está tentando inverter essa situação. A transformação em andamento na Cúria e naSecretaria de Estado são sinais extremamente importantes. Eu temo, porém, que muito dificilmente haverá umFrancisco II, e, além disso, não é por acaso que esse nome nunca tenha sido usado até aqui para o sucessor de Pedro.
A carta do papa, contudo, é claríssima, responde às perguntas que eu havia me permitido fazer e aborda também certas questões muito mais além. Portanto, não a comentarei mais do que isso, salvo dois últimos aspectos.
O tema dos judeus, do fato de serem considerados pelos católicos como irmãos mais velhos, o fim da acusação de "deicídio" que os cristãos sempre lançaram contra eles e, enfim, a descendência comum do Deus mosaico do Sinai e dos Dez Mandamentos já havia sido levantado pelo Papa João XXIII e pelo Papa Wojtyla, mas não com a clareza definitiva do Papa Francisco. É um passo muito importante que marca, finalmente, uma inversão na atitude que durou quase dois milênios.
Enfim, há o relato que o papa faz do seu encontro com a fé. Releiamos esse trecho.
"A fé, para mim, nasceu do encontro com Jesus. Um encontro pessoal, que tocou o meu coração e deu (…) um sentido novo à minha existência. Mas, ao mesmo tempo, um encontro que se tornou possível pela comunidade de fé em que eu vivia e graças à qual eu encontrei o acesso à inteligência da Sagrada Escritura, à vida nova que, como água que jorra, brota de Jesus através dos Sacramentos, à fraternidade com todos e ao serviço dos pobres, imagem verdadeira do Senhor. Sem a Igreja – acredite-me –, eu não teria podido encontrar Jesus, embora na consciência de que aquele imenso dom que é a fé é custodiado nos frágeis vasos de barro da nossa humanidade."
Um relato esplêndido, uma autobiografia fascinante. Sente-se em sua base, pelo que eu Bernardo, mais Agostinho, mais Bento do que Tomás e a Escolástica, que, no entanto, ainda está muito presente na doutrina tradicional.

Quem como eu não só não tem a fé, mas nem mesmo a busca; quem como eu sente o fascínio da pregação deJesus e o considera homem e filho do homem, não pode deixar de admirar um sucessor de Pedro que reivindica a Igreja como lugar eleito para que o sentimento de humanidade custodiado em vasos de barro não seja destruído pelos vasos de chumbo que, dentro e fora da Igreja, despedaçam os vasos de barro.
O papa me faz a honra de querer fazer um trecho de percurso juntos. Eu ficaria feliz com isso. Eu também gostaria que a luz conseguisse penetrar e dissolver as trevas, embora eu saiba que aquelas que chamamos de trevas são apenas a origem animal da nossa espécie. Muitas vezes eu escrevi que nós somos um símio pensante. Cuidado quando inclinamos demais em direção ao animal do qual proviemos, mas nunca seremos anjos, porque não é nossa a natureza angelical, se é que ela existe.
Por isso, longa vida e afetuosa fraternidade com Francisco, Bispo de Roma e chefe de uma Igreja que luta, também ela, entre o bem e o mal.